terça-feira, 22 de junho de 2010

Vedi Napoli e poi muori!


Regresso a Nápoles e Stromboli, nos próximos dias. Até já e bom São João!

domingo, 20 de junho de 2010

"Amores", de Henry Green


Recomendado e traduzido pelo JMS, um belo romance, cuja acção decorre integralmente numa mansão senhorial na Irlanda durante a II Guerra Mundial. Agora editado pela Relógio D'Água, aguça o apetite para conhecer o resto da obra deste autor.

Corrida de São João

Uma hora e vinte minutos para fazer 15 km. Um prémio para o ego, que contava cumprir a empreitada em uma hora e meia. Sol, muita gente, bom ambiente e outra experiência positiva. O circuito de provas portuguesas cresce a olhos vistos e dá vontade de só viajar para sítios onde se consiga tirar o gostinho da corrida.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago (1922-2010)


Lidos:
- Levantado do Chão
- Memorial do Convento
- O Evangelho Segundo Jesus Cristo
- A Caverna
- Todos os Nomes
- Ensaio sobre a Cegueira
- A Jangada de Pedra

Contas feitas, é muita hora de leitura, toda ela recomendável. E o que se vai dizer e ouvir dizer sobre a personagem, agora que a fonte secou, não tem a bem dizer importância nenhuma.

Contra os (preencher espaço) marchar, marchar!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Viaggio in Italia

Re(re)visto, a poucos dias do ansiado regresso a Nápoles. Uma homem e uma mulher, uma relação naufragada, uma região em que o passado vive de mãos dadas com o presente e em que a geologia é um espelho dos estados da alma, Rosselini e Bergman às voltas com a redenção das (nossas) almas.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Alguém me explica...


... porque é que temos que gramar com as bandeiras portuguesas a propósito de uma modalidade desportiva sobrevalorizada, ao mesmo tempo que impera o silêncio em relação aos verdadeiros campeões, como esta estampa do João Pina, que conquista campeonato atrás de campeonato de judo? A propósito disto, lembro-me sempre da depreciação do meu 'sogro' relativamente ao investimento açoreano na monocultura do leite, completamente contra o que uma racionalidade económica e ambiental minimamente avisada poderia recomendar.
Em baixo, João Pina o adversário.

Odeio mesmo...

... as nortadas todo o ano na costa do Porto e Gaia, especialmente ao tentar fazer uma corrida descansado. É de ficar piúrço (e com os bofes de fora).

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Uma corridinha pelo São João


Já se vêm os manjericos e o alho porro, cheira a sardinhas nas vielas, as varandas estão engalanadas: não há dúvida, o espírito das festas são joaninas instalou-se no burgo. Este ano, participo pela primeira vez nesta corrida da cidade. A vontade se me sentir parte de um colectivo, a possibilidade de calcorrear as ruas sem carros, a competição saudável com as nossas próprias metas, suar por uma causa social: tudo boas razões para escolher um calção sexy, apertar os cordões das sapatilhas e pôr pernas a caminho.

domingo, 13 de junho de 2010

Staying alive

Bicycle Portraits - Staying Alive from Bicycle Portraits on Vimeo.

Banda sonora perfeita para ilustrar o que é pedalar numa cidade como o Porto: ciclovias risíveis, geografia adversa, pisos trepidantes, desrespeito dos automobilistas estão entre alguns dos desafios. O vídeo ilustra uma realidade Sul-Africana e vi-o primeiro aqui.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

"Homossexuais no Estado Novo", de São José Almeida

Trabalho realizado por uma valiosa e atenta jornalista e em boa hora editado pela Sextante, pouco tempo antes de se realizar no nosso país o primeiro casamento civil entre duas pessoas do mesmo sexo. Trata-se de uma interessante e importante investigação, que compila testemunhos pertinentes e documentos relevantes, num registo não académico mas sabiamente eficaz e bom organizado. É como levantar o véu de uma história silenciada e completamente por fazer: a da homossexualidade em Portugal durante o século XX e, com ela, a das histórias de vida de milhares de anónimos e de figuras públicas que ajudaram a construir o percurso recente do nosso país. Destaques pessoais: capítulos dedicados às homossexualidade nas ex-colónias (incluindo no seio do exército) e à ave rara (em todos os sentidos) que foi Mário Cesariny.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Poema



Faz-se luz pelo processo
de eliminação de sombras
Ora as sombras existem
as sombras têm exaustiva vida própria
não dum e doutro lado da luz mas do próprio seio dela
intensamente amantes loucamente amadas
e espalham pelo chão braços de luz cinzenta
que se introduzem pelo bico nos olhos do homem

Por outro lado a sombra dita a luz
não ilumina realmente os objectos
os objectos vivem às escuras
numa perpétua aurora surrealista
com a qual não podemos contactar
senão como amantes
de olhos fechados
e lâmpadas nos dedos e na boca


Mário Cesariny (com 'ilustração' minha)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O que tem de ser...


... tem muita força! Parabéns às recém-casadas, neste dia feliz para elas e para todos os que acreditam no valor da igualdade. Os senhores das trevas, entretanto, estrebucham e, como diria uma colega de luta, começam a sair da toca (vejam, se tiverem estômago, os comentários à notícia). Há que estar atento nos próximos tempos, esta liberdade é ainda uma entidade em gestação, vulnerável e exigente.

domingo, 6 de junho de 2010

No segredo dos deuses #4


Como registo gráfico, a primeira abordagem, com caneta preta, parece-me sempre mais fiel ao espírito do retrato, seja ele de uma paisagem, objecto ou figura humana. Mas talvez nunca ultrapasse o meu desconforto com as cores senão exercitar e experimentar.

No segredo dos deuses #3

sexta-feira, 4 de junho de 2010

No segredo dos deuses #2


Em Portugal, o Partido Os Verdes apresentou recentemente uma proposta de lei que tinha como objectivo aproximar a legislação relativa à prática do naturismo à existente em Espanha, isto é: "que a livre prática de naturismo possa ser feita e legalizada em sítios onde o hábito se haja implementado", dando autonomia às autarquias para deliberar neste âmbito. No país vizinho, a história do nudismo é uma de mobilizações colectivas, convulsões políticas contra o conservadorismo e em prol de uma reaproximação à Natureza. Os espaços são literalmente ocupados por uma população heterogénea e imensamente tranquila (mesmo quando lotadas, as praias são oásis de serenidade). Por cá, confesso que nunca me senti à vontade, nem mesmo nas localizações legalmente assinaladas (e já as corri todas): respira-se sempre um je ne sais quoi de tensão latente, como se a polícia dos bons costumes fosse irromper por entre os mirones a qualquer momento.

No segredo dos deuses #1


Há anos atrás, descobria, com o meu companheiro de então, duas coisas maravilhosas: a minha praia de eleição e a prática de naturismo. Aconteceu no mesmo dia, na costa da Galiza, e desde então uma força magnética impele-me para aquela baía sempre que a oportunidade surge (por exemplo, durante um daqueles feriados cujo motivo não lembra ao Diabo). Nesta esplanada, que uma visita da ASAE trataria de encerrar em dois tempos, as Estrellas de Galicia (cerveja local) acompanhada de cacahuetes são como um repasto dos deuses. A vista é qualquer coisa como esta.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Pedalar, trabalhar


Ei-la, em todo o seu esplendor: castanha, com duas rodas, amortecedores atrás e à frente (fundamental no paralelo tripeiro), banquinho com não-sei-o-quê-de-gel-ou-silicone (as partes baixas agradecem), luzinha à frente e outra atrás (dá jeito para sobreviver no túnel da Ribeira), com descanso (excepto para o dono) e montes de mudanças (se alguém precisar de algumas posso dispensar umas 24). Comprada ontem, estreada hoje no percurso casa-trabalho, com o último troço cautelosamente feito a pé (para evitar novos sustos). A duração? Mais coisa menos coisa... o mesmo que com o automóvel (entre 15 a 20 minutos)! Cheguei um pouco suado (talvez em parte fruto do calor) mas já me guarneci com toalhetas húmidas (acessório comum nas carteiras de senhora) e um pequeno desodorizante, tudo guardado na gaveta da secretária. No primeiro dia, já me poupou uma multa de estacionamento (o mesmo não podem dizer os meus colegas de trabalho). Nada mau, para primeiras impressões.

terça-feira, 1 de junho de 2010

"Io sono l'amore", deLuca Guadagnino


De todos os filmes de Visconti, o grande mestre, foi d' "O Intruso", obra terminal do autor, que mais me lembrei quando vi este filme. Não são trabalhos comparáveis, apenas podemos balançar nas analogias porque os tempos, os meios e o olhar são outros. A tentativa, ainda que nem sempre lograda, de encenar uma tragédia no seio de uma família burguesa (milanesa, é preciso especificar), inclui alguns bons momentos de cinematografia, sendo os mais expressivos os menos verbalizados: a dança dos jantares e recepções, o idílio campestre, as elipses narrativas, a música, a riqueza dos detalhes. Depois há uma diva - Tilda Swinton - antiga musa de Derek Jarman e actriz transgressiva, que também produziu o filme e que o carrega com a devida majestade. Muito recomendável (em tempo de vacas magras, verdade seja dita...), sobretudo para quem é capaz de se apaixonar pela visão de uma cidade coberta de neve ou por uma luz de Verão num vestido laranja.