quarta-feira, 28 de novembro de 2007

A vida continua?

O frio de uma cidade de granito, na margem direita de um rio de ouro, pede uma bebida quente. Entro num desses novos cafés trendy mas casual e peço, indeciso quanto ao sotaque a adoptar, um cappuccino, à menina de olhar curioso sobre o meu romance do Vargas Llosa. A saudade, essa maluca, continua a moer-me os dias. Deixa-me desnorteado, essa coisa de já não ser quem era há uns tempos atrás.
Ia espreitar na Fnac o show case (terceiro inglesismo em dois parágafos, tenho que estar atento) de um novo cantor italiano, mas fiquei paralizado com o trânsito de carros e pessoas, e decido deixar de lado a ideia de um roteiro de actividades culturais gratuitas, útil para curiosos tesos ou forretas. Esta semana já incluiu, desse roteiro, uma visita dominical a Serralves e duas matinés de cinema de animação.
Deixar de ser metade de dois para passar a ser um só tem destas coisas. Sobra-nos tempo e afecto, que investimos no universo.