sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

La Habana

Felino cubano


Os pontos em comum com os europeus são evidentes...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Projecto educação LGBT


Dois dias depois de rever o excelente documentário 'The times of Harvey Milk', a vontade de varrer a homofobia deste mundo regressa, e é acalentada com uma semana repleta de agenda LGBT. Já amanhã, com 180 alunos do nível secundário em Bragança. Para já, o mais assustador é mesmo a viagem, que vai começar às seis e meia da madrugada, e vai percorrer a zona mais gelada do país. Esperemos que os ânimos da sessão sirvam para aquecer... Wish me luck!

PS: um pavilhão cheio, um microfone, imprensa e rádio locais, muitas perguntas e hipóteses de respostas, foi o resultado de outra itinerância. Yep, assim dá gosto participar!

Cuba: cadernos de viagem #4

domingo, 24 de janeiro de 2010

Cuba: cadernos de viagem #3

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

"O profeta", de Jacques Audiard


Um homem novo e um homem velho. Ambos se encontram (é mais colidem) num estabelecimento prisional, e enquanto um tenta dominar o outro, passam-se testemunhos e histórias de sangue e traição. Um pequeno e fascinante épico de gansters, registado de forma frenética e fresca pelo mesmo criador do igualmente interessante "De tanto bater o meu coração parou". O percurso do jovem protagonista (Tahar Rahim, na foto) é também o do analfabetismo ao do domínio da linguagem (a transfiguração dá-se no momento em que o 'capo' se apercebe que o puto aprendeu o estranho dialecto corso, password de acesso ao mundo dos durões). E o que é mais interessante: a violência, tão mal explorada enquanto objecto fílmico nos dias que correm, e que é inevitavelmente uma dimensão presente no quotidiano de uma boa parte da realidade humana, encontra-se aqui na medida certa, nem mais nem menos do que o necessário para se perceber que é assim que se ganha e se perde poder (e pathos dramático).

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Contra-Natura, de Álvaro Pombo


O calhamaço da semana caribeña, lido no momento em que Portugal se prepara para alargar o casamento civil aos casais do mesmo sexo. A acção decorre a dois tempos e em dois espaços - na moderna Madrid e na coservadora Málaga - em dois tempos - o período Zapatero e a juventude dos protagonistas séniores, vivida nos anos 60 franquistas. Inclui três gerações de homossexuais, todos representados por personagens filhos do seu zeigeist. E assim o autor procura retratar a história recente da maricagem no pais de nuestros hermanos. Um bom pressuposto, mas que falha na concretização e que deixa entrever uma nostalgia mal disfarçada pela marginalidade, nos tempos em que os sodomitas eram presos, internados e proscritos (bem expressa na escolha do título). Como se nessa exclusão residisse uma fraternidade erotizante e liberta de prescrições morais. Nada de estranho ou novo na visão, compreende-se que o casamento deixe muita gente desconfortável, mas também é preciso ver que nem todos se adaptam às casas de banho públicas: haja diversidade!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Cuba: cadernos de viagem #2


Em frente à cativante marginal - o malecon - acossada pelas ondas, o forte de San Filipe del Morro.

Cuba: cadernos de viagem #1


Uma esquina em Havana (ou La Habana), entre prédios monumentais, barrocos e arruinados, ao abrigo dos gineteros (melgas que assediam os turistas com todo o tipo de propostas).

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Murais em Havana

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Portugal, 8 de Janeiro


via Toyonobu
(e agora, enquanto se prepara o debate na especialidade e o parecer do PR e do TC, um breve e acho eu merecido interregno cubano)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Agora é esperar pelo melhor...

Réplicas #2

Réplica 2 (a outro deputado do CDS-PP)

Na minha opinião deve considerar a elevada participação dos cidadãos nesta questão como um índice da importância que lhe atribuem. Talvez não o seja estritamente pela decisão a tomar no próximo dia 8, mas também pela dimensão simbólica que ela assume enquanto iniciativa de uma democracia em prol de valores como a igualdade e a liberdade. E de facto é reconhecido por muitos (talvez não apenas pelos que votaram favoravelmente nos programas políticos que incluíam a igualdade no acesso ao casamento) que esta é uma etapa importante na maturidade política da sociedade portuguesa. É-o enquanto reconhecimento de um segmento da população ignorado e humilhado num longo percurso de violações do direitos mais básicos; mas também enquanto constatação da necessidade de conceber homens e mulheres enquanto cidadãos em pé de igualdade, em todas as suas dimensões de realização pessoal. Só assim poderemos considerar-nos um país que trata todos os seus cidadãos de igual forma e concentrar-nos então noutras questões relevantes do nosso quotidiano colectivo.

Réplicas parlamentares

Réplica 1 (a um deputado do CDS-PP)

De facto discordamos num conjunto de pontos essenciais. Em primeiro lugar, na matriz daquilo que verdadeiramente está em debate nesta questão: a visão dualista (e assimétrica) do género, algo que a nossa sociedade felizmente tem vindo a procurar ultrapassar, em nome precisamente dos valores que invoca: o da igualdade e o do livre acesso às oportunidades pessoais, sociais e profissionais. Quando finalmente realizarmos que não existe uma essência masculina ou feminina (de facto são ambas construções culturais e em mutação), vamos perceber a importância de valores superiores como o da solidariedade e da complementaridade, sim, mas entre pessoas, independentemente do seu género.
Desvalorizar ou ignorar a realidade múltipla das configurações familiares que hoje preenchem o tecido social português é querer tapar os olhos e fechar as portas à diversidade que nos enriquece enquanto comunidade. E é também agir de forma arrogante perante agregados que se encontram desprotegidos perante a lei (cujos exemplos mais flagrantes são o das crianças que já crescem no seio destes novos modelos familiares ou o da impossibilidade da transmissão de património entre companheiros do mesmo sexo).
O que se reclama não é alienígeno ao contrato social ou à Declaração Universal dos Direitos do Homem, e em conformidade com isso que reclamo uma iniciativa da Assembleia da República.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Amor canino (do baú)

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Momentos novas oportunidades

Parei de teclar furiosamente quando me interpelou, com olhos de um azul vítreo e semblante à Almada Negreiros:
- Se teclasse assim já tinha acabado isto há séculos.
- É uma questão de hábito, sabe que é a minha ferramenta de trabalho. O que é que você faz?, perguntei.
- Trabalho na lota. Prefiro o trabalho mil vezes a isto. Nunca estive no mar, mas perdi um avô, num naufrágio que levou para mais de 100 homens. Há uma estátua em Matosinhos sobre isso.
- É um trabalho pesado. Que horário faz?
- Das 4 às 9. Ainda me dava tempo para fazer um curso de dia, como eu queria.

No mesmo dia, um senhor dirigiu-se ao centro para informar que a esposa tinha falecido. Queria recolher o trabalho que ela tinha feito,uma história de vida que, sabia-o, o deveria incluir. Não soube o que registar naquele processo. Uma desistência implicava uma vontade explícita. Uma suspensão significa uma hipótese de regresso. Uma vida assim, pensei, ficaria no limbo das oportunidades.

Cara/o deputada/o,

Aproximando-se a data da votação dos projectos sobre a igualdade no acesso ao casamento civil, queria deixar aqui o meu apelo pessoal à sua aprovação. Trata-se de uma matéria de cidadania, de dignidade e igualdade, todos princípios inscritos na nossa Constituição, esse texto que nos define enquanto sociedade e pelo qual queremos ver orientada a acção das nossas instituições.
Nas minhas actividades pessoais e profissionais tenho tomado contacto com vários tipos de discriminação e poucos me parecem tão gritantes como a realidade das pessoas (e sobretudo os jovens) gays e lésbicas. Felizmente, não o poderemos negar, a mudança recente de valores tem permitido uma maior abertura à diversidade. Contudo, há ainda um grande combate a travar contra a homofobia, contra os preconceitos e atitudes que impedem um crescimento saudável e integrado e uma relação familiar, pessoal e profissional enriquecida. A batalha deve travar-se em várias frentes: na escola, em casa, nos meios de comunicação, nos locais de trabalho e em todos os espaços do quotidiano. É o Estado que deve dar o exemplo, tratando de forma igual todos os cidadãos, reconhecendo a legitimidade do seu direito à conjugalidade e dessa forma respeitando o artigo 13º da Constituição da República Portuguesa.
É esse o exemplo que gostaria que pudessem dar a todos os jovens deste país; é esse o exemplo que gostaria que dessem aos meus pais e aos pais do meu companheiro; é esse o exemplo que gostaria que dessem ao mundo, sobretudo aos governos de nações que penalizam severamente as relações homossexuais, violando dessa forma os direitos humanos mais básicos.

Confiante da vossa atenção,


(carta que enviei aos deputados da Assembleia da República, a propósito da votação da discussão das propostas de igualdade no casamento e adopção que terão lugar no dia 8 de Janeiro)