sexta-feira, 26 de junho de 2009

The trouble with the impressionists


Homme s'assuyant la jambe, de Gustave Caillebotte

Numa palestra recente numa escola secundária, para comentar um documentário sobre 'a geração de 90', idealizado e executado por finalistas da área de artes do liceu, a plateia partilhava comigo a angústia de nada se poder inventar de novo, neste ano de 2009. Lembrei-me da leitura recente de uma daquelas fantásticas e democráticas edições da Taschen sobre o movimento impressionista, que se conseguem arranjar por 7 ou 8 euros numa banca de rua. Tentei retorquir com a ideia de que também eles, os actualmente incontestáveis Monets, Degas e Van Goghs, foram alvo de chacota e incompreensão à época. Como sempre, na história de arte, a sua missão era a de romper com as evidências e apresentar um novo olhar, um pouco como uma criança que descobre que aquela cabeça com corpo de árvore que olha para ela é apenas um adulto escondido à espreita: o truque está em dialogar com a perspectiva, com o património adquirido, e lançar esse olhar para um mundo que, como esse olhar, está em mudança permanente.

Jacques de Diderot


O clássico de Diderot, o autor da primeira grande enciclopédia do saber humano, consta da célebre lista de Calvino. É um facto que é difícil perceber a originalidade dos clássicos. Eles já fazem parte da tradição que inauguraram quando chegamos a eles. Depois há os que ainda assim são um prazer, e os que nos causam alguma perplexidade intelectual. Como livro de aventuras, adopta o modelo de Quixote, mas num texto que subverte permanentemente os papeis (o do narrador e o do leitor, do lugar da demiurgia), a alturas tantas não sabemos quem é o amo e quem é o lacaio, o que parece sintonizar-se com os ares daqueles finais de século XIX. O destino de tão empenhada viagem escapa-nos. Talvez seja apenas o fim do romance. Ou o ínício de outra coisa qualquer, que como leitores nos desafia até aos dias de hoje.

Family Ties, de Joanna Quin


Eis como se faz um artista: um traço excepcional, solto e dinâmico, um sentido de ritmo e humor sui generis, e muito, mas muito amor pelo que se faz. Este foi incluído numa sessão dedicada ao seu trabalho, num ciclo a não perder, promovido pela Casa da Animação no auditório da Biblioteca Almeida Garret.

Piero, de Boudoin



Pequeno poema visual dedicado à amizade entre dois irmãos, é também uma belíssima ode à infância, onde às vezes parecemos poder beber tudo.

sábado, 20 de junho de 2009

A vida em 10 segundos


Um bailarino deita-se, depois de percorrer todo o cenário várias vezes em movimentos circulares.

sábado, 13 de junho de 2009

Bulir pela Igualdade!

Marchar, já no dia 20!


Para assinar pela igualdade, clicar aqui em qualquer altura (quanto mais cedo melhor!)

Para acompanhar o movimento, clicar aqui.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Aragens escandinavas


A escassos 15 dias de uma visita ao terreno, delicio-me com duas pérolas de pós-modernismo sueco: o filme "Deixa-me entrar" (na imagem), fábula vampiresca sobre o crescimento, com um domínio elegante (e invulgar nos tempos que correm) da arte da elipse, a provar, pela enésima vez, que o terror se faz sem se mostrar, apenas confiando na capacidade humana interior de evocação de demónios.
No plano musical, o viciante projecto (também visual) da jovem que responde por Fever Ray. Aqui fica um pequeno exemplo, num vídeo realizado por um Martin de Turrah (se procurarem vão-se surpreender com o ar cândido da miúda por debaixo da roupagem chamânica):

E sim, mais uma vez cedo ao meu fétiche por caxopas roqueiras, independentes e criativas.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Encomenda #2


Acrílico em tela 20x20cm

Encomenda #1


Acrílico em tela 20x20cm

sábado, 6 de junho de 2009

A morte de Ivan Ilich


Novela emblemática da literatura universal. Ideal para ler em períodos de grandes balanços pessoais, porque a morte e a grande escrita tornam tudo relativo.

Algumas horas nas 40 horas de Serralves #2


À esquerda: três bailarinos. À direita: exemplar de espécime tagarela.

segunda-feira, 1 de junho de 2009