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quinta-feira, 12 de maio de 2011
The dark side of Torino
Por ter lido o livro (primeira obra de um jovem turinês) e por ser rodado em Turim, atrevi-me a ver o filme. Não merece o preço do bilhete, mas foi ainda assim interessante voltar a ver o parque Valentino e os pallazzi da cidade filmados de uma forma negra, muito no tom com que outros realizadores especializados no terror (com Dario Argento à cabeça) já a haviam retratado, parecendo corroborar a ideia de que a criação exprime a essência de um espaço e de um tempo. Saudades.
quinta-feira, 14 de abril de 2011
"O Tio Boonme que se recorda das suas vidas passadas", de Apichatpong Weerasethakul
Vi ontem este filme praticamente sozinho numa sala de projecção multiplex (um claro erro de casting, provavelmente cometido inadvertidamente; ainda entraram mais alguns espectadores, porque era a última sessão disponível naquele horário, mas saíram passados uns minutos, imagino que para a sessão de porrada digital da sala ao lado). Talvez o único filme tailandês que jamais assisti em vida, causou grande furor nos circuitos de cinema 'erudito' nos últimos tempos e fiquei curioso. Há um lado de desconstrução narrativa para o qual já ia preparado (embora não seja tão grande como o que imaginei, lendo as críticas). Para o que não ia preparado, e foi o que me surpreendeu, foi para esse lado onírico, sim, mas sobretudo telúrico: tudo - personagens, fantasmas, os sons, a floresta, a caverna, a penumbra, parece pertencer um lado primitivo, ligado a uma natureza que não sei se será de outro tempo ou de outro mundo, mas é diferente da que até agora conheci. Não é a nova galáxia cinematográfica que (imagino por contraste com o chamado formato 'mainstream') alguns quiseram anunciar, mas tem momentos comoventes e vale bem a pena espreitar e viver a experiência.
sábado, 26 de março de 2011
"L'Illusionniste" - Tati por Chomet

quinta-feira, 24 de março de 2011
Cineclubismos

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
"Um lugar à beira-mar", de Takeshi Kitano

terça-feira, 16 de novembro de 2010
"Lola", de Brillante Mendoza
Eis um filme que dá que pensar, não só pelo que ele é intrinsecamente mas pelo que nos diz do estado actual do cinema. Em primeiro lugar, o privilégio que é, nos dias que correm, dominados pela lógica esmagadora 'pipoca+acção+coca-cola+arroto' do circuito comercial, ver um filme de origem filipina. Essa condição de privilégio e raridade explica, quanto a mim, o segundo ponto: o do exacerbado estatuto adquirido pelo realizador (pelo menos a avaliar por este filme, o único que vi) e todo o hype bem-pensante que o rodeia. Finalmente, há o filme em si, um simpático mas limitado (não apenas, obviamente, no sentido dos recursos) objecto cinematográfico, que tem como mais valias duas bravas protagonistas geriátricas (as 'lolas', do título) com quem sofremos do princípio ao fim, para além da curiosidade antropológica do retrato documental de uma Manila miserável, caótica e aquática. Como fragilidades, para mim, um argumento hesitante (aquela da avó aceitar o dinheiro em troca da absolvição do assassino do neto tem que se lhe diga...) e esta pretensão um bocado irritante de fazer passar um filme pela realidade tal como ela é (que tem, como supra-sumos os irmãos Dardenne, criadores de verdadeiras pérolas do cinema de terror). A ver, apesar de tudo (mas sobretudo porque são os tempos que são).
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Non ma fille tu n'ira pas danser
Há actores e actrizes que admiramos porque são profissionais, matéria moldável e generosa para o que os escritores e realizadores queiram fazer deles. Por isso, valem em cada filme o que vale o trabalho destes e o que a história e as personagens nos dão. Depois há os que possuem a tal da persona, e que pelo seu carisma nos enfeitiçam, levando-nos a lugares desconhecidos recheados de emoções. Chiara Mastroianni, que tem na sua composição genética os ingredientes ideais, pode agora, no meu coração, colocar-se nesse clube tão restrito e especial. Fá-lo num filme mal amado por críticos e público (éramos somente quatro de nós ontem, naquela pequena mas cada vez mais preciosa sala do Teatro do Campo Alegre), mas isso quanto a mim ainda faz refulgir mais o brilho deste novo filme de Christophe Honoré, que aprendi agora a amar. A actriz em versão musa musical
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Plano de cinema alternativo
O retrato delicado do enamoramento de dois rapazes, filmado num ritmo lento, supreendentemente ajustado à forma como estas coisas realmente acontecem: com recuos, hesitações, passos impulsivos e novos recuos. Com poucos personagens e quase inteiramente suportado por actores espontâneos e generosos na sua entrega, com uma narrativa económica e diálogos parcos, não tardou que a plateia (essa entidade hoje tão treinada para ver o cinema como um bom pretexto para deglutir pipocas e que se aborrece se estas acabam primeiro que a projecção) começasse a manifestar o seu desconforto e ansiedade. Mas quem já conheceu uma destas amizades e sentiu na pele este desconcerto que é o da descoberta de que não somos bem quem pensamos ser, verá bem empregue o tempo a ver este filme maravilhoso que encerrou o festival de cinema Queer Lisboa.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
A bela Charlotte

Do tempo em que as musas eram presenças inspiradoras e povoavam o imaginário da vanguarda artística e cultural europeia, sem corantes nem conservantes digitais, havia, para mim, uma presença maior entre as maiores: Charlotte Rampling. Apanhei-a em diferido, mas nunca mais me esqueci daquele grande plano no Stardust Memories, em que ela, lavada em lágrimas, confessa para a câmara: "I just can't feel anything" (é um filme norte-americano, é certo, mas nessa altura o Woody Allen só fazia filmes a la Bergman ou a la Fellini). Era um outro tempo pessoal também, em que mergulhava no ecrã como quem procura um lar. Hoje à noite, mal posso acreditar que a vou encontrar, aqui ao lado.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Viaggio in Italia
terça-feira, 1 de junho de 2010
"Io sono l'amore", deLuca Guadagnino

De todos os filmes de Visconti, o grande mestre, foi d' "O Intruso", obra terminal do autor, que mais me lembrei quando vi este filme. Não são trabalhos comparáveis, apenas podemos balançar nas analogias porque os tempos, os meios e o olhar são outros. A tentativa, ainda que nem sempre lograda, de encenar uma tragédia no seio de uma família burguesa (milanesa, é preciso especificar), inclui alguns bons momentos de cinematografia, sendo os mais expressivos os menos verbalizados: a dança dos jantares e recepções, o idílio campestre, as elipses narrativas, a música, a riqueza dos detalhes. Depois há uma diva - Tilda Swinton - antiga musa de Derek Jarman e actriz transgressiva, que também produziu o filme e que o carrega com a devida majestade. Muito recomendável (em tempo de vacas magras, verdade seja dita...), sobretudo para quem é capaz de se apaixonar pela visão de uma cidade coberta de neve ou por uma luz de Verão num vestido laranja.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Ervas Daninhas, de Alain Resnais

Maravilhoso cartaz, o da última fantasia de Alain Resnais, que acabei de ver há uma hora e pico. É apaziguador saber, ao fim do que às vezes parecem eras de cultura enlatada e imbecil, que ainda se faz cinema assim, que nos trata como seres pensantes e capazes de aceitar a perplexidade como um desafio, que se constrói de forma híbrida, com uma liberdade formal e narrativa muito mais radical, apesar do aparente classicismo (e apesar da idade do autor), do que um milhão de Avatares empilhados com neóns ofuscantes e a gritar: 'gostem de mim!'
quarta-feira, 10 de março de 2010
sábado, 6 de março de 2010
Má educação cinematográfica num número indeterminado de excertos #1
in The Company of Wolves, de Neil Jordan
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Nas Nuvens

Acabadinho de ver, com o home ao lado a dormir (como acontece com muitas caras-metades na sexta-feira à noite). E vejam só, um filme com uma grande estrela de Hollywood ainda nos pode surpreender. Para mais, com uma metáfora tão simples que até admira que ninguém se tenha lembrado dela antes: um homem que não consegue assentar os pés na terra porque passa a maior parte do tempo no ar, em trânsito entre lugares. Até descobrir, caindo na esparrela mais antiga do mundo (yep, essa mesmo), que o seu lugar era lá em cima, no intervalo.
(obrigado, Berta, pela dica do filme)
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Antestreia

A Single Man, de Tom Ford (realizador vindo do mundo da moda e com formação em arquitectura) a partir da obra de Christopher Isherwood. Só sabia que tinha a Julianne Moore e envolvia maricas, pretextos suficientes (de resto os bilhetes foram gentilmente oferecidos). O actor principal vai bem (só a meio do filme o associei ao Valmont), o texto é interessante e o filme termina quando deve terminar, o que é uma raridade (geralmente depois de acabar a narrativa os violinos continuam durante meia hora). É tudo muito bonito e de encher o olho para os apreciadores do design (de roupa, cabelos, mobiliário, automóveis, corpinhos de rapazes e tudo o resto). Pode até ser esse o intuito dos autores: comover-nos com a beleza, para onde é vertida a história (que se torna assim um mero pretexto). Não me convence, mas deixa vontade de ler o livro.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
"O profeta", de Jacques Audiard

Um homem novo e um homem velho. Ambos se encontram (é mais colidem) num estabelecimento prisional, e enquanto um tenta dominar o outro, passam-se testemunhos e histórias de sangue e traição. Um pequeno e fascinante épico de gansters, registado de forma frenética e fresca pelo mesmo criador do igualmente interessante "De tanto bater o meu coração parou". O percurso do jovem protagonista (Tahar Rahim, na foto) é também o do analfabetismo ao do domínio da linguagem (a transfiguração dá-se no momento em que o 'capo' se apercebe que o puto aprendeu o estranho dialecto corso, password de acesso ao mundo dos durões). E o que é mais interessante: a violência, tão mal explorada enquanto objecto fílmico nos dias que correm, e que é inevitavelmente uma dimensão presente no quotidiano de uma boa parte da realidade humana, encontra-se aqui na medida certa, nem mais nem menos do que o necessário para se perceber que é assim que se ganha e se perde poder (e pathos dramático).
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Nuits de la pleine lune, de Eric Rohmer

Há quem se irrite solenemente com os filmes do Eric Rohmer. Ou porque os personagens são snobs, ou porque não se calam, ou porque pura e simplesmente não vêm interesse em nada daquilo. Para mim, Rohmer é um dos génios do cinema. Não pelo arrojo formal (até há algo de tremendamente contido, como se se quisesse despojar cinematograficamente o objecto, reduzindo-o à sua essência). O que me atraí é a leveza com que organiza os seus pequenos contos, dotando as personagens de um saber ser que para mim é todo um compêndio de filosofia, a que regresso sempre que posso. E regressei neste sábado, à acolhedora sala do Teatro do Campo Alegre, para ver "Noites de Lua Cheia" (de 1984). Foi no mesmo dia em que fiquei a saber duas boas notícias para o Porto: o afastamento do Red Bull Air Race para a capital (em boa hora!) e a reabertura do Cinema Nun'Álvares, que regressa assim à condição de única sala de cinema da cidade (não considerando, por razões cuja enumeração considero disponsável, os antros de degustação de pipocas dos centros comerciais).
domingo, 13 de dezembro de 2009
Ossessione, de Luchino Visconti

O filme do mestre que, 66 anos após a sua estreia, todos podemos ver ou rever com um deslumbre imperturbável.
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