quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Melancholic babies #2

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Roisín Murphy, no Porto


Sim, é pop. Sim, é uma diva. Sim, sou fã. E se algum dos 2 desgraçados que uma vez por ano espreitam este blog conhecerem alguém que tenha bilhetes à venda para o concerto desta senhora, esta sexta-feira na Casa da Música, apresentem por favor a vossa base de licitação. A gerência agradece. Obrigado.

Corrida: os resultados!


À noite já se conseguia apurar a classificação: um honroso 319º lugar na geral (134º no escalão séniores masculinos portugueses). Os 14 km fizeram-se em 1 horita, 6 minutinhos e singelos 35 segundos. E o frisson de cruzar a meta? Aaah...

Entre paredes


"Entre le murs", o título original do texto traduzido em português para "A Turma", indicava com mais eficácia a atmosfera concentrada (quase concentracionária, nalguns momentos) da narrativa. Tudo se passa dentro do recinto de uma escola, sendo o texto em boa medida constituído por diálogos (que remetem facilmente para uma ideia cinematográfica, não é por acaso que o livro sofreu uma adaptação em filme, que inclui como protagonista o próprio escritor, François Bégeaudou). Assim temos uma visão polifónica da escola, com um ping-pong recidivo entre dois agentes essenciais: o professor e os alunos (a espaços surgem também alguns pais, a figura do director e, que me recorde, os auxiliares estão ausentes). Não é uma obra literária, no sentido da fruição estética ou intelectual do verbo, mas pode ser interessante enquanto tentativa de retrato da realidade escolar actual e é fácil estabelecer links com o universo português; a apresentação dos personagens é eloquente nesse sentido: veja-se a rapariga 'central telefónica', as frases-slogan americano estampadas nas t'shirts, o desinteresse generalizado pelo programa em detrimento da jornada desportiva, o jargão utilizado ou o colorido multiétnico da própria turma. Vou oferecer à mana, que já tem calo como stôra desta malta (depois também marcamos para ver o filme, tá? O cunhado fica com as miúdas).

sábado, 25 de outubro de 2008

Maria dos 7 aos 8


Para miúdos e graúdos, um livro que fala sobre ser criança com dois pais, ou seja, ser uma criança como outra qualquer: gosta de brincar, passear, ouvir histórias e visitar a avó. Parece que ainda há muito boa gente que desconhece.
O Livro do Pedro, de Manuela Bacelar. Porto: Edições Afrontamento.

Quem corre por gosto...

O plano de treinos indica: na véspera da corrida, apenas meia hora de rolamento (corrida em ritmo moderado), seguido de alongamentos. Amanhã, a dia D. O desafio são 14 km pelas ruas desimpedidas de trânsito do Porto. Quem se aventurar pelos 42,5 km da maratona tem direito a apoio psicológico, massagens e um almoço de pasta nos jardins do Palácio. O kit de corrida inclui uma bela t'shirt, um boné e o dorsal com um bip para registar o número de chegada e o tempo. Para alguém que sempre se julgou desprovido de espírito competitivo, ter metas como chegar entre os mil primeiros ou simplesmente terminar a prova com dignidade já são obsessões suficientes. Amanhã publicam-se resultados e respectivas reflexões. Agora é lavar os calções preferidos e abalar para o parque.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Team work


Pedi ao pequeno B., que veio cá jantar com um dos papás, que tentasse colorir uma pequena história a preto e branco. Não resistiu muito tempo ao cansaço, mas o efeito tem o seu quê.

Ney: homem, bicho e mulher


Ninguém acredita, mas esse cara continua pintando o melhor show do pedaço. A profissão de fé teve lugar no dia 19, na santa casa do Coliseu.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Botero, o engajado


Lembrei-me, ainda a propósito da intervenção da Judith Butler, desta magnífica exposição de Botero que vi (ou melhor dizendo, experimentei) no IVAM de Valência este ano. "A arte é uma acusação permanente", diz o artista.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Judith, a sábia


Em Serralves, o ciclo de conferências "Crítica do Contemporâneo" trouxe ao Porto uma das vozes mais estimulantes da produção intelectual norte-americana - Judith Butler. Saindo do âmbito que a tornou célebre - o das questões de género e da produção queer - Judith, pequena e andrógina, com uma dicção e entoação cativantes, brindou a audiência com uma reflexão desconcertante acerca da precariedade da condição humana nos tempos actuais, utilizando os mesmos parâmetros com que de forma tão brilhante tinha desconstruído o género enquanto elaboração social: a dúvida metódica, o questionamento compulsivo e o enfoque às sombras da identidade social. Desta vez, o mote incidiu sobre a expressão pública da dor: quem choramos e de que forma? Parece uma interrogação estranha, mas Butler prova por A+B que não há inocentes nesta matéria tão demonstrativa de agendas políticas, e dá como exemplos comparativos os soldados mortos em campanha de guerra no Iraque e os prisioneiros torturados de Abu Grahib. No final, recitou excertos de poemas escritos por prisioneiros de Guantanamo. Eles demonstram, diz-nos ela, a possibilidade de subversão, antes de tudo discursiva, que permite ao sujeito tornar-se socialmente perceptível, mesmo em condições de total subjugação física e moral.

Tecnologia afectiva

sábado, 18 de outubro de 2008

Núcleo gerador: urbanismo e mobilidade

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Produção Workshop dia 2

Produção Workshop dia 1



(Selecção de desenhos)
Temos em mãos um texto (frouxo), pouco esclarecedor (como convém para algo que se quer ilustrar), vagamente inspirado na ideia de um amor (straight) de escrita tecnológica (construído com sms e e-mails). A ideia era terminar com a imagem da descoberta da caligrafia dos protagonistas numa fase avançada do seu amor (presumo que a moral da história apontava para a desumanização das relações gerada pelas novas tecnologias, mas parece-me que o tiro pode sair pela culatra...).

Reformulação

Concerto Juliette Gréco cancelado.
Workshop de ilustração revela-se uma desilusão. A coisa corre tão mal que prefiro sair antes que se pegue à mão nova aversão ao desenho (a última durou vários anos e foi provocada pela escola).
Às vezes parece que nunca mais vai descampar...*


* trad.: açoreano para 'limpar o céu de nuvens'

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Desenhar, desenhar, desenhar


Desde hoje, e até sexta, estou com a autora, entre muitas outras maravilhosas criações, desta ilustração para uma história de Hans Christian Andersen (para "A Sereiazinha"). Para a Manuela Bacelar, tudo começa no desenho, e todos devíamos poder desenhar sempre, como falamos, escrevemos ou respiramos. Também porque desenhar é uma forma de pensar (todos os seus livros, especialmente aqueles que têm histórias suas, explicou-nos, resultam de um pensamento muito intenso sobre algo: uma emoção, uma revolta, uma tomada de posição).

domingo, 12 de outubro de 2008

Juliette Gréco


Diva da fauna existencialista da boulevard de Saint Germain (Sartre, Beauvoir, Cocteau e muitos outros apadrinharam-na e cortejaram-na), musa de poetas e músicos (foi amante, entre muitos, de um jovem Miles Davis, um amor intercontinental que esbarrou com uma maré de preconceitos), toda uma ideia de cultura está no seu corpo e voz. 81 anos de vida amanhã, durante uma hora e meia, na Casa da Música. Até já, Juliette!

Il visconte dimezzato


Tinha planeado fazer uma ilustração para acompanhar este post, mas como ela ainda não se encontrou com o bloco de desenho, fica o registo da leitura e uma foto do autor. Em italiano, para andar mais perto da ideia inicial, ler Calvino significa quase sempre entrar num mundo de fábula e burlesco imaginativo, aqui com a imagem do homem cortado ao meio a servir de metáfora e pretexto para um ensaio sobre a dualidade humana (presente, de resto em todos os personagens do conto), e de como na contemporaneidade o mal e o bem são agentes difusos e por vezes complementares. Ah, Calvino estudou e viveu em Turim, onde se engajou durante a guerra no movimento da resistência. Também ele participa assim historicamente nesta ideia bem real de duas Itálias que se repelem a vicenda, a da direita e a da esquerda, do catolicismo e dos intelectuais liberais, a das famílias dos colaboradores e a dos partigianos. O país cortado ao meio, como o visconde da fábula, só que sem final previsto.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Dias em Turim


A cidade da Fiat, da Molle Antoneliana, dos Alpes ao fundo da avenida, da esquadria elegante da arquitectura novecentesca, dos gelados de gianduia e dos jardins à beira-Pó, dez anos depois é uma cidade mais agitada e colorida, sem vergonha de se passear e repleta de coisas culturais a cada esquina. Os bairros mal afamados tornaram-se lugares in, lavaram-se fachadas e reabriram-se antigos palácios e becos, património fundamental onde ecoa a história suada, sanguinária e brilhante de um país inventado. É, como diria a outra, o lugar ideal para amar (e sim, mesmo com um regresso a Veneza como bitola).

Expectativas

Dias de expectativa: a votação do casamento civil, com final previsível e sem paciência para acompanhar o frouxo debate público (tenho mesmo azar, no dia em que se vota a proposta na Assembleia, decido procurar um telejornal e aparece uma personagem lacrimosa, ex-mulher de um senador norte-americano que assumiu a sua homossexualidade... pode haver forma mais asquerosa de fazer uma agenda editorial?); a inscrição num workshop com a Manuela Bacelar, prestes a começar e sem confirmação da inscrição, o calor estival que ameaça transformar-se em Inverno, a expectativa de dias felizes sem Beckett...

"Helena e os Homens"


Revista outra grande pérola da colecção Jean Renoir. Actores em estado de farsa, com destaque para uma Ingrid Bergman sem medo de ter piada em francês e a sair-se brilhante como sempre e uma aparição hipnotizante da ainda jovem Juliette Gréco, diálogos cheios de panache e tudo e tudo e tudo. Na imagem, a musa com o mestre, brincando com a imagem icónica de Jean Marais, amante de Cocteau e actor de dicção impecável que com ela contracena nalgumas das sequências mais vibrantes. Meu deus, que saudades de uma comédia francesa com tout ce qu'il faut...

"Eu, tu e todos os que conhecemos"


Benésse de viver ao lado da biblioteca municipal, podemos ir saltitando entre os títulos de uma videoteca pequena mas com uma curiosa selecção de títulos. É o caso desta primeira longa de Miranda July, uma artista plástica, escritora, performer e outras coisas (soube depois por aqui), que é uma simples mas bastante eloquente demonstração de como um punhado de boas ideias podem fazer um belo filme: sequências de sketch, cada um com uma lógica interna, muita confiança na sensibilidade e inteligência do espectador, e alguma poesia visual. Força, Miranda, os descrentes do mundo estão contigo.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Milano-Torino 2008

sábado, 4 de outubro de 2008

Torino, 2008