domingo, 31 de agosto de 2008

Aqui há gato(s)


Ou como perceber numa manhã de Sábado, entre latas de tinta e lençois esticados, a brincar aos cenários numa antiga fábrica de bolachas, a diferença entre teatro infantil e teatro para a infância.

Oficina de Teatro do Oprimido


Cortesia da PELE.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Wall-E


Depois de Persepolis, com este deslumbrante Wall-E era caso para dizer que este ano o cinema a sério (aquele que passa nas retrospectivas passadas duas décadas) se faz a partir de estúdios de animação. Seria como que um sinal de que o presente não pode ser representado por imagens de carne e osso, e apenas a personificação animada por um traço de lápis ou computador pudesse atingir uma humanidade que os próprios humanos já tivessem obliterado da sua substância. É uma questão recorrente, pelo menos para mim: somos mais humanos do que as ideias que podemos criar? E poderá um cinema tão comprometido com a desumanização (como o é o da Walt Disney nas últimas décadas, e ainda apesar da chancela dos ateliers Pixar) fornecer uma alternativa sedutora para uma resistência crítica neste início de milénio? Bem, a resposta poderá residir em muitas das passagens deste pequeno grande filme.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Tempo de mudar


Uma leitura updated e reloaded da perspectiva da mudança social a partir do poder das relações quotidianas. A análise, em tom sério e profundo mas não académico, centra-se sobre a dimensão macroestrutural que dita os comportamentos nos contextos locais e privados nas sociedades actuais, mas o tom não é fatalista e sobram exemplos de posturas alternativas (contra-hegemónicas, diria o Boaventura), capazes de fazer vacilar o cínico mais cristalizado. Como ouro sobre azul, ainda em rescaldo da oficina de teatro do oprimido.
GINSBORG, Paul (2004) Il tempo di cambiare. Politica e potere della vita quotidiana. Torino: Gli Struzzi. Einaudi

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Pé na areia com luz de crepúsculo

domingo, 24 de agosto de 2008

Alentejo 2008


Muitas coisas por registar, deixo-me ultrapassar pela doce vibração da vida e salto algumas etapas. Talvez me apanhe daqui a algum tempo. Para já, apenas um pequeno cheirinho por imagens.

domingo, 10 de agosto de 2008

Personagens à procura de uma história #2.4

O feitiço


Atirei-me ao desafio de leitura de The Spell, porque do mesmo autor, Alan Hollinghurst, já tinha a óptima referência de "A linha da beleza", para além de um ou outro conto numa antologia homoerótica. A hesitação inicial compensou, depois de com alguma insistência mergulhar no oceano de vocábulos estranhos e acompanhar os personagens na sua viagem, uma encruzilhada de operações eróticas e afectivas num cenário britânico (onde, como sabemos, o pathos é indissociável da rígida estratificação social, com todos os seus critérios de emanação). Há aqui domínio da escrita, pertinência analítica e devaneio lúdico suficiente para uma mão cheia de tardes de leitura prazeirosas.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Anticorpos

... pelo despertador que toca pela manhã, pelo trânsito furioso, pelos mal encarados, graxistas e narizes empinados, pela nortada nas praias, por não se verem as estrelas, pela musa definhada, pelo trabalho que reprime, pelo tempo que não há, por toda a tristeza do mundo, por todos os malentendidos, pelos que espezinham e vencem, pelos futuros apagados, por esta insatisfaçãosinha, por só se estar bem onde não se está, pelo que há-de vir...

"Antibodies", Poni Hoax.