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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A estética do oprimido

Depois de três oficinas, finalmente o enquadramento teórico. É um texto muito pertinente, que ajuda a compreender os fundamentos de uma nova dramaturgia, fundada na expressão da vida quotidiana, e em que deixam de existir espetadores. Com Aristóteles, o teatro assume-se como uma ferramenta de controlo social, em que através de um mecanismo de empatia, delegamos a ação no ator e apaziguamos os ânimos com finais reconciliadores (ainda é assim em quase toda estética contemporânea, do teatro ao cinema happy ending). Com Boal, pelo contrário, tod@s somos protagonistas, e o teatro é uma oficina de preparação para a mudança social. Então, mãos à obra!

sábado, 26 de março de 2011

Teatro minimalista

No simpático espaço do Estúdio Zero, foi interessante assistir a esta singular peça feita de diálogos banais entre dois personagens sem nome e sem história - "Holiday", dos australianos irmãos Cortese. Não existe propriamente uma narrativa, e não fosse o caso de a peça estar legendada, o mais provável seria acreditar que os actores estavam basicamente a improvisar. É verdade que nas minhas mãos a hora e vinte de duração poderiam ser 'editadas' a metade do tempo. Mas, por outro lado, a banalidade precisa de tempo para se revelar assim: recheada de pequenas pepitas filosóficas.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Teatro contra o bullying homofóbico

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A bela Charlotte


Do tempo em que as musas eram presenças inspiradoras e povoavam o imaginário da vanguarda artística e cultural europeia, sem corantes nem conservantes digitais, havia, para mim, uma presença maior entre as maiores: Charlotte Rampling. Apanhei-a em diferido, mas nunca mais me esqueci daquele grande plano no Stardust Memories, em que ela, lavada em lágrimas, confessa para a câmara: "I just can't feel anything" (é um filme norte-americano, é certo, mas nessa altura o Woody Allen só fazia filmes a la Bergman ou a la Fellini). Era um outro tempo pessoal também, em que mergulhava no ecrã como quem procura um lar. Hoje à noite, mal posso acreditar que a vou encontrar, aqui ao lado.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Teatro aprisionado


«ENTRADO – gíria prisional que se refere ao indivíduo que acaba de entrar na prisão. Pelas palavras dos actores: “ o acabado de chegar”, “o que não se pode esticar naquilo que diz”, “ o que está sempre à espera”, “o que tem que marcar território”.»
Mais informações aqui.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Fim de semana cultural

Depois de um desastroso tiro ao lado, de que escapamos ao fim de duas "músicas" (a apresentação do projecto Hercules and The Love Affair no Clubbing da Casa da Música: sem Antony, sem bateria, sem guitarra, sem sopros e sem interesse), seguiram-se outros dois serões culturais. No primeiro, espreitámos "Breve Resumo da História de Deus", um texto pouco conhecido de Gil Vicente levado à cena pela companhia do TNSJ, no fim do qual concluo o que sempre concluo no São João: "foi a última vez!"; ou seja, óptimos cenários e figurinos, mas exploração rígida e enfadonha de um texto, devo admitir, nada fácil: afinal, há quantos séculos não falamos aquela língua? No Domingo, o tiro acerta no alvo (o que, considerando a raridade do facto nas visitas ao teatro, me encheu de júbilo): "Jardim Zoológico de Cristal", a primeira peça de sucesso de Tennessee Williams, na versão inspiradíssima do projecto Ao Cabo Teatro, com a amiga Micaela e a mais brilhante actriz (e actor) que eu já conheci nos palcos portugueses: Maria do Céu Ribeiro.

Vão ver, que não se arrependem (mais info aqui).
Depois das peças, chá e conversas. Isto sim, concluímos, são os serões ideais para este casal de trintões tripeiros.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A view from the bridge


E em Londres, aos 33 anos de idade, assisti à melhor encenação teatral da minha vida. No teatro Duke of York, situado na rua londrina da especialidade (St Martin's Lane), com um texto magnífico de Arthur Miller e um elenco brilhante (Ken Scott, Mary Elizabeth Mastrantonio e a promissora Hayley Atwell, que tinha visto num dos últimos Woody Allens britânicos) foi o dinheiro mais bem gasto de toda a estadia.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Mercador de Shakespeare


Abonados com duas entradas à borla, lá fomos a uma das (re)apresentações do 'Mercador de Veneza' no São João. A expectativa em modo zero (gerada por encenações anteriores de Ricardo Pais) ajudou a criar algum interesse e até a tentar pôr de lado um pacote considerável de preconceitos conscientes relativamente às peças no nacional. Mercê do texto, brilhante e universal como todo o Shakespeare, e de um aparato cénico que disfarçou (desta vez muito bem) a falta de outras ideias (a proposta de amplificação do som estranha-se, mas depois entranha-se, mas que vão dizer os puristas do teatro?). Vá lá, até que não são duas horas e meia mal passadas e o público, por razões misteriosas, acedeu ao apelo e já lotou todas as sessões. Será a ideia da crise já a suscitar necessidades escapistas? Ou um dos actores ser galã de novela ajuda?

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Para a petizada!


Cortesia da Pele, com uma perninha (pequenina) minha no cenário.
13 Dezembro 2008 16h , FÁBRICA - Rua da Alegria 341, Porto.
18 Dezembro 2008 10h, Auditório de Aldoar, Porto.

domingo, 31 de agosto de 2008

Aqui há gato(s)


Ou como perceber numa manhã de Sábado, entre latas de tinta e lençois esticados, a brincar aos cenários numa antiga fábrica de bolachas, a diferença entre teatro infantil e teatro para a infância.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

A noite do fim


Sarah Kane
Habitar uma casa que sabemos ter sido ocupada por vários inquilinos é um bocado viver entre as pistas que eles foram deixando, como se um pouco da nossa alma ficasse colada aos lugares onde vivemos. Uma das manifestações mais evidentes dessa fantasmagoria é a correspondência. Aproveito a generosidade involuntária de um convite remetido para um dos destinatários desconhecidos e invisto-me dessa autoridade para ir a um serão de teatro. "4:48 Psicose": a peça é de Sarah Kane, de quem só sabia ser jovem dramaturga e de morte precoce, auto-provocada. Sabia também que o texto seria o seu último, antes do suicídio, e preparei-me para barra pesada. É verdade que é um texto negro como a noite mais profunda, mas a encenação de Luís Mestre e sobretudo a interpretação de Maria do Céu Ribeiro aguentam tudo e tornam vibrante a inevitável ressonância de ser um texto de despedida, com todo o desespero mas sem compaixão. E reconcilio-me com a arte do teatro, numa noite chuvosa na Invicta. Sabiam que As boas raparigas vão para o céu e as más para todo o lado?