sábado, 31 de janeiro de 2009

Praia do Atlântico (V.N.Gaia)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Meio-Irmão


Da Noruega havia Knut Hamson, nobelizado com o célebre romance "Fome". Décadas passadas a literatura do país avança com uma figura de proa com obra muito mais desconcertante para o leitor deste início de milénio: Lars Saabye Christensen. E com que obra o conheço: "Meio-Irmão", fresco que acompanha a saga heróico-absurda de quatro gerações de uma família matriarcal. É Oslo e a paisagem dramática dos fiordes que enquadram a história (narrada por um personagem que só nasce já vai a trama a meio), mas não parecem existir fronteiras para o encanto que estes personagens suscitam, em boa medida pelo carinho e enlevo poético com que são apresentadas pelo autor. Durante o tempo de leitura (aditivo, nas suas 620 páginas, na oportuna edição portuguesa da Cavalo de Ferro), sentimos a sua companhia e apetece no final beber um brinde à sua sorte. Pois seja, com este Martini com gelo: à tua, Lars!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Beispiel #4


Acrílico em tela 40x25cm

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Prognóstico: chuva

O vento a agitar a terra, o nevoeiro a transformar a paisagem numa massa abstracta, gaivotas desfeitas nas bermas da estrada, animais a correr de encontro aos faróis, o rumor ancestral do mar ao fundo. Nestas alturas quase sentimos tocar a metamorfose do mundo.

Major Tom na TV

Na era do audiovisual, multiplicam-se canais de TV que se formam como as antigas rádios locais, direcionados para um público específico e criando a sua pequena legião de fãs seguidores. Foi um destes que visitei, ontem, para participar num programa "jovem, assim, tás a ver, muito relax, muito cool, conversa divertida, mas naquela base", como representante da ILGA. Escolheram como tema do programa (diário e em directo, parabéns à equipa por isso): homosexualidade (assim mesmo,com direito a erro ortográfico). E a pequena conversa possível, amputada aqui e ali pelo implacável rigor rítmico televisivo, audiências oblidge, lá se fez: "achas que ainda há discriminação? a culpada é a Igreja? o que deve fazer um jovem que nos estiver agora a ver e sentir isso?". Os apresentadores, um rapaz e rapariga com idade de quem devia estar àquela hora a beber o seu leitinho com cevada (de resto, tal como toda a equipa que encontrei, o que me deixou intrigado), prosseguiram as suas considerações sobre a sexualidade um do outro e prometeram um programa agitado para o dia seguinte. O tema assegurava grande participação e um debate acesso: como é ser... actor de telenovela.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Coração de pedra

sábado, 24 de janeiro de 2009

Era uma vez uma casa na rua Duque de Palmela #3

Rua Duque de Palmela 111

Pelo lado dos lódãos ao fim do dia
depressa se chega agora no verão
à pedra viva do silêncio
onde o pólen das palavras se desprende
e dança dança dança até ao rio.


Eugénio de Andrade

Era uma vez uma casa na rua Duque de Palmela #2

Era uma vez uma casa na rua Duque de Palmela #1

Formação para técnicos: conclusões



sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A dança do self

Com Mark Savickas, intelectual norte americano cuja conferência assisti ontem em Lisboa, aprendemos que a identidade é algo que se consolida com a possibilidade de auto-narração. Ou seja, por outras palavras: quanto mais me relato, mais me torno quem sou. Com um ar bonacheirão, e conquistando a audiência com cada frase, medida cautelosamente e ilustrada com gestos, imagens e pausas calculadas, contrariou a ideia de uma esquizofrenia do self (ideia querida, talvez, aos proponentes da teoria da perfomance queer), em detrimento da auto-representação como a definição de temas (como na música clássica, aqueles que os músicos submetem a variações) comuns a todo o percurso individual; eles podem apresentar várias matizes, mas ao fim de contas mantêm-se: a fuga, o poder, a relação, o desejo, etc. Talvez seja isso o interessante no outro: a infinitude de paletas, oscilações a partir de um mesmo eixo com que ele se pode apresentar ao mundo.

Mr P. e a amendoeira

Lareira (pormenor)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Viajar para desenhar


Livro editado pelo Eduardo Salavisa (autor do blog linkado ao lado), que é uma maravilhosa viagem pela paixão pelos cadernos de viagem. Inclui testemunhos de uma série de autores e exemplos da utilização do desenho como prática educativa e como exercício de expressão. É que há lugares onde as palavras não vão.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Castelo Rodrigo

Castelo Melhor

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Mercador de Shakespeare


Abonados com duas entradas à borla, lá fomos a uma das (re)apresentações do 'Mercador de Veneza' no São João. A expectativa em modo zero (gerada por encenações anteriores de Ricardo Pais) ajudou a criar algum interesse e até a tentar pôr de lado um pacote considerável de preconceitos conscientes relativamente às peças no nacional. Mercê do texto, brilhante e universal como todo o Shakespeare, e de um aparato cénico que disfarçou (desta vez muito bem) a falta de outras ideias (a proposta de amplificação do som estranha-se, mas depois entranha-se, mas que vão dizer os puristas do teatro?). Vá lá, até que não são duas horas e meia mal passadas e o público, por razões misteriosas, acedeu ao apelo e já lotou todas as sessões. Será a ideia da crise já a suscitar necessidades escapistas? Ou um dos actores ser galã de novela ajuda?

sábado, 10 de janeiro de 2009

Côa #2


- Posso tirar uma foto?
- Claro. Isso é uma reprodução de um quadro famoso, parece que está no Vaticano. Há muita gente que gosta. Sabe, aqui há muitas coisas bonitas para ver, mas não querem saber. Quando mostram na TV o interior, é sempre um velhinho desgraçadinho que aparece. Mas eu digo sempre para quem quer ouvir, nós aqui temos melhor qualidade de vida. A comida é boa, temos o tempo por nossa conta, há escolas e todos os serviços. Só na saúde é que é um bocado mau, mas temos tudo o que precisamos.

Côa #1

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Pas de quatre


O Lago dos Cisnes, Ballet Estatal Russo de Rostov. 5 de Janeiro, no Coliseu do Porto. Eu, o home, a mãe e as sobrinhas.
No final do segundo acto:
- Ó tio, quando é que eles vão falar?

Desenhos serenenses #4 e 5



terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Desenhos serenenses #2 e 3 (Miss H.)