domingo, 10 de agosto de 2008

O feitiço


Atirei-me ao desafio de leitura de The Spell, porque do mesmo autor, Alan Hollinghurst, já tinha a óptima referência de "A linha da beleza", para além de um ou outro conto numa antologia homoerótica. A hesitação inicial compensou, depois de com alguma insistência mergulhar no oceano de vocábulos estranhos e acompanhar os personagens na sua viagem, uma encruzilhada de operações eróticas e afectivas num cenário britânico (onde, como sabemos, o pathos é indissociável da rígida estratificação social, com todos os seus critérios de emanação). Há aqui domínio da escrita, pertinência analítica e devaneio lúdico suficiente para uma mão cheia de tardes de leitura prazeirosas.