sexta-feira, 26 de junho de 2009

The trouble with the impressionists


Homme s'assuyant la jambe, de Gustave Caillebotte

Numa palestra recente numa escola secundária, para comentar um documentário sobre 'a geração de 90', idealizado e executado por finalistas da área de artes do liceu, a plateia partilhava comigo a angústia de nada se poder inventar de novo, neste ano de 2009. Lembrei-me da leitura recente de uma daquelas fantásticas e democráticas edições da Taschen sobre o movimento impressionista, que se conseguem arranjar por 7 ou 8 euros numa banca de rua. Tentei retorquir com a ideia de que também eles, os actualmente incontestáveis Monets, Degas e Van Goghs, foram alvo de chacota e incompreensão à época. Como sempre, na história de arte, a sua missão era a de romper com as evidências e apresentar um novo olhar, um pouco como uma criança que descobre que aquela cabeça com corpo de árvore que olha para ela é apenas um adulto escondido à espreita: o truque está em dialogar com a perspectiva, com o património adquirido, e lançar esse olhar para um mundo que, como esse olhar, está em mudança permanente.