terça-feira, 8 de setembro de 2009

Regresso a S. Miguel


Regressar aos Açores no Verão foi uma experiência que reconheço agora ser difícil de traduzir por palavras. A beleza dos cenários transcende a poesia, porque essa tem a sua reserva na memória. Ali, em vez, esse lado inexprimível dos sentidos faz-nos rapidamente acreditar mais em deuses e bruxarias, enfim, em coisas menos humanas, ou se quiserem, sobre-humanas: há lagoas em crateras, vulcões em alto mar com águas cristalinas, vapores a brotar da terra, os maiores mamíferos da Terra banham-se nestas paragens, há água a escaldar em praias do mar feitas de pedras negras e de forma lunar. Ficamos embriagados de verde e azul. Depois há o que o Homem fez, e também aí encontramos tesouros. Um fartote que torna quase inconcebível o regresso a casa (que, somatizado ou não, coincidiu com uma amigdalite de pôr um elefante k.o.).