terça-feira, 1 de junho de 2010

"Io sono l'amore", deLuca Guadagnino


De todos os filmes de Visconti, o grande mestre, foi d' "O Intruso", obra terminal do autor, que mais me lembrei quando vi este filme. Não são trabalhos comparáveis, apenas podemos balançar nas analogias porque os tempos, os meios e o olhar são outros. A tentativa, ainda que nem sempre lograda, de encenar uma tragédia no seio de uma família burguesa (milanesa, é preciso especificar), inclui alguns bons momentos de cinematografia, sendo os mais expressivos os menos verbalizados: a dança dos jantares e recepções, o idílio campestre, as elipses narrativas, a música, a riqueza dos detalhes. Depois há uma diva - Tilda Swinton - antiga musa de Derek Jarman e actriz transgressiva, que também produziu o filme e que o carrega com a devida majestade. Muito recomendável (em tempo de vacas magras, verdade seja dita...), sobretudo para quem é capaz de se apaixonar pela visão de uma cidade coberta de neve ou por uma luz de Verão num vestido laranja.