segunda-feira, 3 de março de 2008

Major Tom nas escolas

No dia seguinte à morte de Luna, embarco em mais uma missão escolar, a pretexto de um encontro com rapaziada do 12º ano. Temas: sexualidade, descriminação, orientação sexual, crimes sexuais e novas tecnologias. Baralhados? Bem, nestas coisas jogamos com o que temos. E como o que tinha era pouco tempo e o interesse que sobrava numa sexta-feira à tarde, deixei o PowerPoint repousar na pen, e optei por partilhar o meu próprio percurso pessoal com a plateia, regressando ao meu tempo de liceu na esperança de estabelecer uma plataforma de comunicação: falei das angústias, do isolamento, da discriminação, passando também pela revelação e pela integração da coisa. Insisti na identificação da homofobia e na importância dos ombros amigos e das associações. Ao meu lado, um inspector da PJ alertou para os perigos da Internet: a revelação de dados pessoais, a exibição da intimidade, o assédio e o risco envolvido nos encontros reais com um dos milhões de 'amigos' das comunidades virtuais. Apercebo-me do quanto um universo paralelo cativou a nossa juventude, transformando de forma brutal o modo como comunicamos e nos relacionamos. Regressei com a sensação de missão pouco cumprida, não antes de publicitar o meu projecto educativo preferido, na esperança de uma nova colaboração.