sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A dança do self

Com Mark Savickas, intelectual norte americano cuja conferência assisti ontem em Lisboa, aprendemos que a identidade é algo que se consolida com a possibilidade de auto-narração. Ou seja, por outras palavras: quanto mais me relato, mais me torno quem sou. Com um ar bonacheirão, e conquistando a audiência com cada frase, medida cautelosamente e ilustrada com gestos, imagens e pausas calculadas, contrariou a ideia de uma esquizofrenia do self (ideia querida, talvez, aos proponentes da teoria da perfomance queer), em detrimento da auto-representação como a definição de temas (como na música clássica, aqueles que os músicos submetem a variações) comuns a todo o percurso individual; eles podem apresentar várias matizes, mas ao fim de contas mantêm-se: a fuga, o poder, a relação, o desejo, etc. Talvez seja isso o interessante no outro: a infinitude de paletas, oscilações a partir de um mesmo eixo com que ele se pode apresentar ao mundo.