sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Meio-Irmão


Da Noruega havia Knut Hamson, nobelizado com o célebre romance "Fome". Décadas passadas a literatura do país avança com uma figura de proa com obra muito mais desconcertante para o leitor deste início de milénio: Lars Saabye Christensen. E com que obra o conheço: "Meio-Irmão", fresco que acompanha a saga heróico-absurda de quatro gerações de uma família matriarcal. É Oslo e a paisagem dramática dos fiordes que enquadram a história (narrada por um personagem que só nasce já vai a trama a meio), mas não parecem existir fronteiras para o encanto que estes personagens suscitam, em boa medida pelo carinho e enlevo poético com que são apresentadas pelo autor. Durante o tempo de leitura (aditivo, nas suas 620 páginas, na oportuna edição portuguesa da Cavalo de Ferro), sentimos a sua companhia e apetece no final beber um brinde à sua sorte. Pois seja, com este Martini com gelo: à tua, Lars!