quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Contra-Natura, de Álvaro Pombo


O calhamaço da semana caribeña, lido no momento em que Portugal se prepara para alargar o casamento civil aos casais do mesmo sexo. A acção decorre a dois tempos e em dois espaços - na moderna Madrid e na coservadora Málaga - em dois tempos - o período Zapatero e a juventude dos protagonistas séniores, vivida nos anos 60 franquistas. Inclui três gerações de homossexuais, todos representados por personagens filhos do seu zeigeist. E assim o autor procura retratar a história recente da maricagem no pais de nuestros hermanos. Um bom pressuposto, mas que falha na concretização e que deixa entrever uma nostalgia mal disfarçada pela marginalidade, nos tempos em que os sodomitas eram presos, internados e proscritos (bem expressa na escolha do título). Como se nessa exclusão residisse uma fraternidade erotizante e liberta de prescrições morais. Nada de estranho ou novo na visão, compreende-se que o casamento deixe muita gente desconfortável, mas também é preciso ver que nem todos se adaptam às casas de banho públicas: haja diversidade!