sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010


A fome de letras é como é a outra: quando toma conta de nós o vazio ameaça devorar-nos. E há autores que são como aquele restaurante a que voltamos sabendo de antemão que o repasto será bom, naqueles momentos em que não brilhamos de iniciativa e curiosidade por novos paladares. As idiossincrassias digestivas são uma das nossas maiores particularidades, tenho vindo a reparar, pelo que os gostos aqui não são transmissíveis. E assim introduzo David Leavitt, de que sou leitor recorrente. Apareceu aqui por casa um volume das suas short stories, que estou a reler na língua mãe, nos intervalos de outras leituras, e que são uma prova editada da perícia dos autores norte-americanos neste modelo literário. Não sei como explicar, mas ao ler aquelas histórias de disfuncionalidade, sinto como que qualquer coisa de regresso a casa.