sexta-feira, 23 de maio de 2008

Gay America


Muito se poderia dizer sobre as implicações da sexualidade com o que há de cultura, ideologia e mesmo economia numa sociedade. Desde Foucault até aos pós-modernos, começamos a perceber que o erotismo nunca foi apenas o animal que resta em nós. Ou se é um animal, digamos que é sempre um animal social, que age dentro de regras e estruturas que lhe pré-existem. Daí o interesse em pegar em textos como os de Gay Erotica, pequena reunião de autores da grande (pelo menos em quantidade) genealogia literária norte-americana da especialidade. São retratos de solidão e celebração, erotismo disruptivo, práticas de conjugalidade e fraternidade, em cenários urbanos e rurais, vãos de escada, docas ou penthouses, num caleidoscópio de imagens que nos devolve de forma apaixonada (e por vezes engajada) uma visão plural da sexualidade humana, essa dimensão que nos une quase tanto como nos distingue. Isso, para além de outros focos de interesse de fácil dedução e de confissão mais delicada.