terça-feira, 12 de maio de 2009

Olhó pópó


Quem me conhece nem que seja apenas por alguns minutos sabe que um dos temas em que sou menos versado é o automóvel. Se me pedem preferências, escolho sempre os Minis ou os Fiat 600, versão clássica, e a minha memória selectiva não me deixa fixar outros nomes. Eram carros com a medida justa, cabia lá tudo o que devia caber duma família nuclear (incluindo a dose certa de peso corporal, numa altura em que se desconhecia o que era obesidade para além da clássica pança latina, e de consumíveis domésticos, numa era pré monstró-mercados). E eram bonitos e coloridos, sem este snobismo insuportável dos polidos cinzentos e linhas aerodinâmicas. Eram assumidamente anti-dinâmicos, porque a vida também não era esta montanha russa. Andavam ao nosso ritmo e estavam-se a borrifar para os complexos de pénis.