sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Do baú

o sol repousa na nossa nudez
e o teu sorriso
sobre as missangas italianas

tudo neste momento nos empurra para a luz
e aquece esta casa que nos habita

não abras nenhuma janela
o meu choro pode querer voar
e espraiar-se sobre a cidade

não abras a boca
que somos este gesto silencioso e contínuo

atravessa comigo a dor
e apaga o meu rasto
quero-me perder outra vez

se a tristeza nos chamar
estamos ocupados a escolher o futuro


Julho de 2005