sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Morder-te o coração


Com este título, Patrícia Reis designa um corpo de trabalho em prosa apaixonada, num registo frequentemente próximo de uma poesia livre de espartilhos, mas sem devaneios formalistas: aqui vai-se direito ao assunto, e os personagens são o que a história lhes dita, ainda que o próprio leitor pouco fique a saber sobre a sequência de acontecimentos propriamente dita. Há algo que me agrada em tudo aquilo, como se só pudesse ser escrito por alguém que maltratou o coração, sobreviveu, e encontrou o tom certo para descrever a experiência. Era o próximo livro a ser 'conversado' na comunidade de leitores aqui ao lado, mas a revanche das amígdalas deixou-me de novo a braços com três dias de febre, suor e drogas.