terça-feira, 20 de abril de 2010

Dois poemas de Luís Miguel Nava (1957-1995)

Rapaz

Não sei como é possível falar desse
rapaz pelo interior
de cuja pele o sol surge antes do o fazer no céu.


Crepúsculo

Ao sol começa a faltar lenha, a rua
por onde agora eu sigo
vai só até onde a memória a conseguir abrir


in Luís Miguel Nava - Poesia Completa 1979-1994, publicações Dom Quixote (2002)



Duas pequenas pérolas de uma poesia brilhante e repleta de imagens inquietantes, como se pede à escrita. É uma edição que talvez só se encontre a pedido, numa daquelas livrarias onde não se aborrecem muito por aceder aos nossos caprichos. E que melhor homenagem a Nava do que a leitura?