segunda-feira, 28 de abril de 2008

The thin yellow line

De férias na cidade. Sem programa, geralmente é difícil encontrar motivos para combater a inércia. Mas o Sol encarrega-se de nos empurrar para fora de casa e um almoço com uma amiga do peito serve de ante-câmara para, um dia quando menos esperas, receber um convite para visitar umas escavações arqueológicas na tua cidade de berço. E aí descobres que o passado é um inquilino permanente do presente, está ali mesmo ao lado, onde nunca reparaste. Ruínas e cacos? Talvez, mas em forma de puzzle, desafio em forma de turbilhão de hipóteses: aqui era um forno, ali talvez um pátio, acolá um segundo patamar, mas estes conjuntos aqui ainda estão por decifrar. Escava-se, peneira-se, e a linha amarela que delimita as fracções exploradas desenha a janela através da qual olhamos para os antepassados. E se de lá também eles se metessem a prever o futuro, seríamos nós a espreitar pela sua imaginação?