quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Alice no país das maravilhas, de Lewis Carroll

Há livros que se lêem como se alguma voz cá dentro nos ditasse ainda um sumário para uma lição que ficou perdida, na escola universal do intelecto. E este é um deles, um dos que Calvino nomearia como um clássico, um canône literário anglo-saxónico, que reconheço ter lido sem prazer e até alguma perplexidade, por não vislumbrar nele a matéria de que são feitas as narrativas que nos agarram às palavras e aos objectos-livros. Diria que, num combate onírico-literário-juvenil, a Alice perderia em qualquer altura com um, digamos João Sem Medo, desse texto tão mais deslumbrante e desconhecido que o José Gomes Ferreira nos deixou (engraçado, é mesmo daqui que vem a frase familiar: "É proibida a entrada a quem não andar espantado de existir". Ele há coisas...).