quinta-feira, 23 de setembro de 2010

"Somos o Esquecimento que Seremos", de Héctor Abad Faciolince

A propósito deste livro, um registo autobiográfico que inaugurou o novo ciclo de leituras da comunidade de leitores aqui ao lado na BMAG, pensei muito no papel que a família desempenha, para o bem e para o mal, enquanto suporte emocional e formativo. É algo inescapável e aprendemos a aceitá-lo com maior ou menor resignação ou resiliência. Mas também me fez pensar no papel da memória e do registo dessa memória enquanto resgate da história, não só a ciência canónica e de dimensão macro, mas também a do indivíduo e do seu património pessoal, que reflecte como uma grande bola de espelhos a história dos grandes colectivos e da sua mudança. E depois há a imagem inusitada de uma relação entre pai e filho e o retrato desse homem que quis dar o seu contributo para um mundo mais saudável e uma Colômbia mais livre, que me dá vontade de oferecer este livro a todos os pais, filhos e idealistas (ainda que da corrente céptica, como eu).