quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Fisioterapia

Começaram as visitas diárias à clínica para tentar acelerar a recuperação dos movimentos na face esquerda. É uma hora ao final do dia de trabalho dedicada a esta pequena mas tão comprometedora parte do meu corpo. Na clínica concentram-se aparelhos estranhos, camas, muitas toalhas e objectos coloridos avulsos como bolas e esponjas. Circulam rapazes e raparigas vestidos em roupas de ginástica com o logótipo institucional, muito jovens e bem dispostos, que no mesmo cenário onde se deslocam lentamente alguns utentes, parecem circular à velocidade da luz (visto da minha maca é como se alguém tivesse baralhado os controlos da máquina do tempo). Habituo-me rapidamente ao protocolo diário: 15 minutos com uns adesivos ligados a uma espécie de eléctrodos, outros 15 com uma botija de água quente na face e a restante meia hora com exercícios e massagens com a terapeuta. Levo um livro para a primeira parte e na restante limito-me a olhar para uma rede que suporta umas bolas e através da qual se entrevê o tecto. A sensação é bastante semelhante à dos momentos de relaxamento no final das sessões de ioga e saio descontraído, a pensar que podia fazer isto o resto da vida...