terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Luz de Dezembro

Nenhuma obra de arte se aproxima, em beleza, à experiência inebriante de contemplação do mar. Isso é sobretudo verdade numa tarde de Dezembro, depois da chuva matinal ter afastado os transeuntes, respirando uma maré vaza mas intempestiva, sob um céu limpo de nuvens mas baço, a luz filtrada a dissipar a linha do horizonte e a imprimir reflexos dourados junto às rochas. A sul, a presença fantasmagórica da capela da Senhora da Pedra e a silhueta de um homem que passeia o seu cão. Ninguém mais em redor. Se me espreguiçar o calor entra melhor nas pregas da alma.