domingo, 24 de fevereiro de 2008

Um livro, um filho, uma árvore


Foto de Paulo Domingues.
Ontem, desafiando todos os elementos - os naturais, dada a chuva e o vento e a crueldade de encostas inóspitas, feita de pedras, vegetação agreste e terrenos instáveis; e os humanos, visto sermos só quatro e um deles, eu, estar praticamente com uma directa no lombo - participei numa actividade da Quercus. A pequena mas inquebrável equipa, qual trupe de formigas a transportar por dez metros uma côdea inteira de pão, atirou-se à gloriosa mas pouco mais que simbólica tarefa de plantação de 130 medronheiros e de semear um número considerável de bolotas de carvalho na região conhecida como Cabeço Santo, perto de Águeda, um conjunto de encostas de posse privada devotadas à produção de eucaliptos. Com isto, reflectimos, já nos podemos dispensar da escrita de um livro ou da tarefa da reprodução. Até podíamos, se assim se estabelecesse, dispensar a plantação de algumas das árvores a quem tivesse tal acção em falta no seu currículo. Ou trocá-la por outra acção. A iniciativa continua, para quem quiser dar um belo e nobre afago à sua consciência, nos próximos séculos. É avançar, voluntários.